terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Coisas que me ocorrem depois de uma visita a ... a parte privada da coisa.




Se eu e o matraquilho nos entendemos bem? Bora definir primeiro bem. Se definir bem é um dizer mata e o outro dizer esfola ok, foi bem. Se bem é ser gentil, atencioso, meigo, preocupado e nada egoísta o bem fica muito aquém do esperado isto se é que é justo, e possível, esperar-se alguma coisa de alguém. Coisas simples como arrastar uma mala de cabine ao longo de uma avenida com 3 km  e um quarteirão inteiro e mais uma mochila às costas sem nunca ouvir um simples, precisas de ajuda, ou deixa estar que levo um bocadinho a tua mochila são coisas que entendo como boa educação, formação, e mais merdas acabadas em ão, eu sei que essa coisa da igualdade faz do género apenas um substantivo masculino mas eu continuo a esperar que se preocupem comigo. E não abdico disso. Só isso. Vale o que vale. Na realidade não morri, estou viva e mala chegou ao destino.

Além disso o matraquilho azul tem sérios distúrbios de sono, a razão porque os tem, não sei, não faço a mínima ideia, pela razão de fazer escala e turnos não deve ser, porque eu também faço escala e turnos há muitos e bons anos e quando chego à cama adormeço que nem uma santinha, descanso bem e não tenho quaisquer problemas em acordar cedo. Ele para dormir é um tango, são três da manhã, quatro, cinco e não dorme, aliás nunca consegui adormecer antes das 4 da manhã, já para acordar, o despertador dele do telemóvel é uma sirene de uma fábrica mas mais parece um aviso de ataque aéreo e mesmo assim ele mal consegue levantar-se, é preciso acordá-lo, uma, duas, dez vezes e nas últimas vezes quase ao pontapé para obter resultados. Sinceramente que este facto me cansa. Não foi fácil acordar todos os dias com uma pessoa que precisa de uma bomba a explodir na cabeceira para se conseguir levantar. Não tenho mesmo pachorra para isto.

Depois a forma como lida com o stress e as adversidades. Numa viagem há sempre alguém que se atravessa numa fila, ou algum segurança no controlo que implica com alguma coisa, ou algum atraso, ou nos enganamos no sentido da linha de Metro, ou, ou... faz parte. Que seria das viagens se não houvesse no final uma boa historia para contar. Ele complica em vez de descomplicar e ferve em muito pouca agua, é preciso estar sempre a "puxar" por ele para o lado do vai correr bem, não faz mal andarmos mais 5 estações de metro, não temos pressa, estamos de férias, e que interessa se o gajo da camisa azul te passou à frente? Cansa-me estar sempre a puxar por alguém. Sempre. Sempre.

Bom e agora?
Não sei, vejo as voltas à rotunda a tornarem-se cansativas e de vez em quando já me ocorreu sair na próxima saída ou em dias mais negros saltar em andamento. Vamos ver....

20 comentários:

  1. Como te entendo...gente assim cansa.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Anónimo: Não me cansa a pessoa, cansam-me algumas particularidades da pessoas, dizem que amar é aceitar os defeitos, deixa ver o que consigo fazer desta matéria prima.

      Eliminar
  2. Oi oi

    Alerta vermelho?

    Talvez não... relax

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. conta corrente: Desabafo sincero apenas. Como vou conviver com isto? Pois não sei... um dia de cada vez.

      Eliminar
  3. Passar férias com alguém é uma ótima maneira de ver se a pessoa é certa para nós. Sempre acreditei nisso e continuo a acreditar.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Jedi Master Atomic: E eu também... Nada melhor para perceber a pessoa que temos ao lado do que passar uma semana num sitio desconhecido, rodeada de gente estranha e a lutar contra o ambiente exterior.

      Estamos a limar arestas...

      Eliminar
  4. Agora calma. Eu diria que são coisas que mais cedo ou mais tarde te irias dar conta, coisas da pessoa, coisas que estão a ser complicadas de 'encaixar' mas ao que leio há outras que encaixam muito bem. O resultado de tudo isso junto eu não te sei dizer mas vocês têm uma boa base de partida. Não te precipites ;)

    Beijos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. PM: Ele tem uma coisa que me cativou desde o inicio - um sentido de humor incrível, ao lado dele é impossível estar 5 minutos sem rir e eu adoro rir, mas tem um feitio complicado, é egoísta (muito) e está habituado ( até pela profissão dele ) a controlar e segurar tudo o que está à volta dele, quando por alguma razão isso não é possível, ou um imprevisto acontece ele stressa imenso... e não pode ser.

      Já conversámos e vamos ver o que é que ambos conseguimos fazer melhor.

      Beijinho PM

      Eliminar
    2. Percebo essa parte do egoísta (também eu o sou um bom bocado) e do controlo do que me rodeia. Percebo também na medida que se me visse no lugar dele e tendo toda a vida só ter tido de contar comigo, ia ser algo estranho habituar-me a ter que contar com alguém ao lado. Pede-se paciência :P E a minha dose de solidariedade masculina está dada por hoje lol

      Eliminar
    3. PM: Ele é boa pessoa, é companheiro e muito divertido. O problema dele (nosso) é sermos ambos independentes e habituados a gerir o nosso tempo e as nossas vidas. Muito tempo de solteiros.

      Eliminar
  5. Primeira reação: matraquilho azul? Lol.
    Depois de ler: de repente, fez-me lembrar alguém com quem já fui casada. nunca nada estava bem... E sim, isso cansa, mas cansa!
    Não há nada que te possa dizer. Aliás, nem sou a melhor pessoa para dar conselhos sentimentais a ninguém! ;)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. agri: hihihihi... matraquilho azul é uma brincadeira que eu lhe chamo e ele ri-se com este disparate. também lhe chamo cabeçudo, troll e ele a mim mimos semelhantes.

      ( Não sei se vou conseguir fazer alguma coisa com esta matéria prima que a vida pôs ao meu dispor mas estou a esforçar-me ). Um dia de cada vez e hoje ainda estamos juntos e cheios de planos para daqui a meses, e até um ano... mas que não vai ser fácil, não vai.

      Talvez para mim seja até mais divertido o desafio.

      ..... (gostei) ....
      Beijinhooooooo

      Eliminar
  6. Ninguém é perfeito, e ainda menos os matraquilhos azuis (também tenho um !!!), são como eu digo doidos de todo e com tendência a deixar os outros doidos também. Para continuar essa relação a paciência é fundamental !!!
    Beijinhos e boa sorte.
    Maria João

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Maria João: Os matraquilhos azuis são demasiado teimosos, de alguma forma controladores e um pouco doidos. Quero tentar. Não sou rapariga de desistir de nada sem tentar primeiro.

      Beijinho

      Eliminar
  7. Txi. Desculpa a crueldade, mas tu não gostas dele. Á séria. Senão não tinhas reparado tanto nessas coisas, aposto que tb já te irrita a maneira como mastiga. Foge enquanto podes que um tipo que não dorme e tem stress com filas tem queda para psicopata (sei do que falo, tb durmo mal, já resolvi o meu problema c filas - ui muita meditação e quiçá a idade - porque senão andava aí a assassinar o povão).

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Solo: A maneira como mastiga não me irrita. E acho mesmo que tirando estas coisas que enumerei aqui não tenho mesmo mais nada que me irrite. Há muita coisa nele que me cativa mas reconheço que tem de haver boa vontade de parte a parte para ajustar pequenos detalhes que não funcionaram, mas estar junto é para isso mesmo, namorar serve para isso. Se resultar ok, se não resultar a vida continua. Nenhum de nós tem nada a perder, não somos casados, não temos filhos, não temos contas a pagar juntos, cada um tem a sua vida, o seu trabalho e a sua casa... por isso tirando perder o amor, não há nada a perder.

      A vida é feita de risco. Vou arriscar.

      Eliminar
    2. Claro fazes bem em arriscar, suponho, se: uma vez vi um filme em que a pergunta fulcral era (mais ou menos) "quando é que se deve parar de tentar" e a resposta dada (no fim do filme claro) era "se se ama, nunca". Mas era um filme. E os personagens amavam-se à brava, aquilo era uma mistura de abraços e desespero de tanto amor. Não me parece o caso, mas se ainda não te irrita a mastigação, ainda há esperança :) Só estava a tentar que poupasses tempo e sofrimento.

      Eliminar
  8. Solo: Se vai correr mal? A minha razão diz-me claramente que sim ( aliás já fiz há 2 dias um post sobre isso ) mas o meu coração diz-me para tentar, para arriscar e para lutar por ele apesar de todas as dificuldades porque vai valer a pena e porque sei que ele está a lutar por mim e por trazer ao de cima o melhor dele.

    Eu sou eu, uma tonta, uma sonhadora, e não aprendo as lições da vida, continuo a arriscar e a pensar que a vida é justa e recompensa quem merece.

    ResponderEliminar
  9. Opa, isso da vida justa então... prefiro nem comentar porque o karma é um tipo lixado e pode estar a ouvir, e já tenho tido muito com me entreter. Mas essa insistência no risco parece indicar que ainda há aí amor por entregar e sendo assim, quem sou eu para indicar o bom caminho quando há dois anos que vivo como um tonto :) Só mais uma coisinha e não aborreço mais, essa cena de carregar a mala (e o resto que se deduz), acho imperdoável, ao menos diz-me que te queixaste.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Solo: Na altura não. Sou mulher, demasiado independente e orgulhosa também (não tenho um feitio fácil) e não disse nada. Arrastei a mala e a mochila a bufar mas sem dar parte de fraca. Mas no outro dia quando estávamos num bar a beber uma cerveja disse-lhe com toda a calma que não tinha gostado. Resposta dele: Acho sempre que nunca precisas de ajuda para nada, que queres ser tu a tomar conta das tuas coisas, por acaso vi-te um bocado a bufar mas até achei que se te oferecesse ajuda ia-te diminuir e mostrar-te a tua fraqueza e achei melhor não.

      Pfff Homens!

      Eliminar

Diz aí nada ou coisa nenhuma.