segunda-feira, 21 de março de 2016

Proibido a elefantes...




Tinha de tentar. Tinha de tentar mais uma vez. A última antes de desistir. Senti que devia tentar antes de abandonar o que era importante para mim. Tentei com a mesma fúria e determinação de sempre. O que sou. Mais uma vez. E?

À minha frente uma savana imensa onde pastam pachorrentos e calmos paquidermes. Alheios às moscas, ao calor e aos predadores. De somenos preocupados com a extensão árida de terra e a escassez de água. Que importa isso?


"Descobri que sou tal qual o elefante, 
uma parte de mim aprende, 
a outra ignora o que a outra parte aprendeu, 
e tanto mais vai ignorando quanto mais tempo vai vivendo."


A Viagem do Elefante - José Saramago



Não apago os momentos, recordações que me matraqueiam a cabeça em memórias de elefante. Acrescento o aviso à porta das memórias: Estritamente proibido a elefantes.

4 comentários:

  1. O bom disto é que até os elefantes se vão esquecendo, as recordações se vão cansando e a cabeça acaba por sossegar.

    A dificuldade está em calcular quanto tempo demora o processo.

    Que seja rápido. :)

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    1. Carla: Quanto tempo é o ideal para pagar memórias, acondicionar num compartimento estanque pedaços de vida que ficaram para trás e seguir caminho? Não sei...

      A memória de elefante dá cabo de mim.

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  2. às vezes vagueamos por aí - aqui - e encontramos uma porta fechada ao ritual, mas aberta ao paranormal... Não sei bem o que isto significa, mas saiu-me depois de (te) encontrar...

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    1. Eli: Somos todos portas abertas para o "que não é normal" basta uma pequena faísca e surpreendemo-nos a nós próprios com as nossa reacções.

      Somos capazes daquilo que não julgávamos ser.

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Diz aí nada ou coisa nenhuma.