quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Não é bem um hospital psiquiátrico mas ter alguma dose de loucura ajuda... uiiii se ajuda.




Chamo um doente masculino ao som. Entra na triagem um casal de velhotes idosos. Ele senta-se.

Faço a pergunta habitual.
-Então diga-me Sr. António de que se queixa?
(....) silêncio.

Fala a mulher do Sr. António.
- Diz Tó, diz o que te dói.. 
(...) silêncio.
- Ó Tó tens que dizer aqui à menina o que te dói homem!
(...) silêncio

Eu espero mais um pouco e pergunto de novo.
 -Então Sr. António diga-me lá o que lhe dói?
(...) silêncio

De repente oiço..
- Diz, diz... diz, que te dói o colhão esquerdo Tó!


Tive que me conter para não desatar a rir às gargalhadas.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Tivesse ela mil razões para explicar o inexplicável...




Deitou-se cansada depois de muitas horas de trabalho. Vinte e quatro seguidas segundo parece. Nada que aquele corpinho não aguente, habituado que está às rotinas de trabalho. Adormece ferrada assim que a cabeça toca na almofada. Num sono profundo. Ignorando o mundo. Despreocupadamente.

Já de madrugada sussurram-lhe ao ouvido vindo do nada, como se de um sonho se tratasse. Psiuuu, acorda. Exactamente assim. Com uma voz suave, meiga. Ela ressuscita do sono, estremunhada, como se estivesse a sonhar. Se calhar estava. Ou não? Primeiro tenta perceber o que se passou. Em seguida finge que não se passou nada e tenta de novo adormecer sem ter visto sequer as horas. Porque sim. Porque não sabe como explicar o que aconteceu e o que não tem explicação explicado está.

Assim que fecha os olhos, decidida a encerrar por aqui a história, o despertador toca. 
Eram de facto horas de acordar.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Deixa-me dizer-te...




das mais belas declarações de amor que li. à parte de eu gostar um dia de conseguir escrever assim e saber desde já que nunca é a palavra mais certa, gosto do enquadramento do amor nos desencontros, das linhas demasiado direitas mas afinal moldáveis ao trajecto, das arestas que não definem um objecto nem um formato e mais ainda de recordações alinhadas na alma.   
                                 aqui

sábado, 26 de setembro de 2015

Outono, contra a corrente...


Dizem que sim que já é Outono. Dizem que já sabe bem o casaco porque as noites estão frias, dizem que os dias já são curtos e até anoitece mais cedo, dizem que já começaram as aulas e o trânsito é caótico, dizem que daqui a menos de nada já é Natal. Pois é. Dizem. Mas por aqui já só se pensa nas férias e no uso fantástico que se vai dar ao bikini. Contam-se os dias. Em contagem decrescente.

E sabe tão bem navegar contra a corrente.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Soubesse eu dizer...




O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minha alma se sentir beijada, aiiii
  
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz

Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz


Ópera do malandro, de Chico Buarque

Soubesse eu dizer claramente tudo o que me vai na alma, ou soubesse eu escrever de acordo com tudo o que penso e tanto que te poderia dizer. Mas não digo. Há muita coisa que guardo para mim e mesmo assim com a noção que cada vez guardo menos. Tens ganho espaço no meu coração e isso é directamente proporcional ao espaço que ocupas na minha casa. Em três anos e meio já conquistaste o direito a uma gaveta na cómoda. São coisas que nem eu entendo. Ando umas mãos largas é o que é. Sinto-me sem noção, e já me perguntei várias vezes o que vou colocar naquela gaveta quando a desocupares? E o que vou fazer a tantas recordações de lugares, momentos, viagens, palavras que ocupaste na minha vida e que não cabem numa gaveta?

Dispo-me para ti, num enorme striptease de emoções, exponho-me como nunca o fiz com ninguém, emocionalmente nua sou apenas eu. Sem máscaras, sem nada a esconder. Sabes mais detalhes de mim - pormenores muito meus, segredos nunca revelados da minha vida - do que a maioria dos que me acompanham há muito mais tempo. Continua. Despe-me com urgência. Quero ser despida, ficar toda nua, vulnerável a ti, e toda tua, nua só para ti.  Eu parte de ti, tu parte de mim. E depois não me deixes ao frio, veste-me com beijos.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Sabem porque o dia de hoje é presente?



Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Em circunstâncias muito diferentes. Um deles, podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que pudesse aliviar a pressão no peito os fluidos circulassem nos seus pulmões. A sua cama estava junto da única janela do quarto. O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas sem se poder mexer. Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, dos seus empregos, onde tinham passado as férias. De alguns sonhos por realizar. E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto, todas as coisas que ele conseguia ver do lado de fora da janela.

O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a actividade e cor do mundo do lado de fora da janela. A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem, e uma ténue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte. O rio ao fundo, as pontes sobre o rio como um risco na paisagem. Nuvens que pareciam algodão doce no céu. Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena. Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar. Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retractava através de palavras bastante descritivas. Dias e semanas passaram.

Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto para lhe dar a medicação e começar a higiene e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. Ficou muito triste e mais uma vez sentiu-se impotente contra o rumo que a vida dá aos acontecimentos. Chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo. Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca. Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto. Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela... que dava, afinal, para um pátio sombrio rodeado de paredes cheias de salitre e humidade sem vista alguma. O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto, lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela. A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver o pátio. "Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem...".

Moral da História: Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada. "O dia de hoje é uma oferta da vida para cada usar como quiser e lhe der na real gana, por isso é que lhe chamam o presente."

Quanto a mim... gosto muito de relembrar esta história quando ando menos bem. A vida é para ser vivida todos os dias.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Conversas perdidas...



- Andas bem ? Como está a ser o teu dia?
- Nem por isso. A andar. A andar para a frente que a vida faz-se a andar. Não sou de lamentos, é marchar como os soldados.
- É isso. Para a frente... resta saber onde é a frente!
-  preciso de forças e de paciência. O tempo faz o resto.

Borrar-se de medo...



Não sei de onde veio a expressão "borrar-se de medo" mas há muito que a conhecia e francamente nunca lhe reconheci grande lógica. É ficção pura, ninguém se borra de medo. Deve ter sido uma coisa criada pela fantasia semelhante às estrelinhas que se vêem nos desenhos animados a sobrevoarem a cabeça sempre que alguém bate fortemente com ela.

Esta sexta feira participei numa aventura /expedição nocturna de descoberta de várias minas abandonadas no interior da serra de Sintra. Minas de água muitas delas, e que correspondem a túneis subterrâneos que atravessam praticamente toda a serra e que serviam como condutas de transporte de agua até depósitos, tanques, cisternas, poços, onde essa agua era armazenada para utilizações futuras. Sabia de antemão o que são túneis e grutas, e o que por lá podia encontrar, quase sempre muitos morcegos - é lá o seu habitat -, ratos de maior ou menor tamanho, lesmas nas paredes, aranhas, e mais um ou outro bicharoco que não cabe nesta lista. Já fiz exploração de algumas grutas de forma superficial e sem grandes riscos, apenas com recurso a cordas e rappel e sempre acompanhada de um guia conhecedor do local, neste dia não era excepção, o mesmo grupo - perto de vinte elementos, e o mesmo guia.

O que eu não esperava encontrar era sapos viscosos de olhos esbugalhados, e sardões, uma espécie de lagartixas, ou osgas, ou o raio, gordas quem nem vacas e com umas patas com unhas que trepavam por todo o lado. Odeio sapos. Odeio toda a espécie de répteis de pele colorida e brilhante. E enquanto algumas pessoas davam gritinhos e saltinhos a mim começou-me a dar umas cólicas brutais na barriga a somar ao terror imenso. Já não sabia o que havia de fazer, se parar e controlar o medo, se parar e controlar as dores de barriga que me deixavam lívida, branca como a cal e a sentir-me mesmo muito mal, ou dar parte de fraca e dizer bem alto para todo o grupo ouvir o que se estava a passar. 

Calei-me caladinha, dei cada passo encolhida com medo da catástrofe, ouvia a minha barriga a fazer ruídos estranhos e a tentar ser mais forte que eu. Foram 9 km assim. Dolorosos. E jurei a mim mesma que túneis nunca mais. Gosto de natureza, ar livre e puro, paisagens brutais e até de alturas, agora coisas debaixo do chão não me convidem. Lá me aguentei mas isto podia ter corrido muito mal, ó ó se podia... 

Não nasci para rato de esgoto.

sábado, 19 de setembro de 2015

Violeta [pessoa]...




Chama-se Violeta e tem 20 anos. O nome traz-me de imediato à memória aquela miúda cantora tão na moda. Diferem na idade. É hiv. Não faço perguntas. Não estou aqui para perguntar nada, sou paga para ouvir, cuidar e encaminhar. 

Enquanto falamos, gesticula. Observo-lhe as mãos de unhas de verniz a sair e encardidas por baixo da cor que já não tem. Está suja. Toda ela suja. Roupa suja, pele suja. Mostra-me uma ferida numa mão, infectada sem dúvida nenhuma. Com conteúdo seroso que purga. Faço-lhe um pequeno penso imediato para não sair dali a contaminar tudo onde toca. Puxadores de portas, paredes, cadeiras da sala de espera e etc etc. Conversamos mais um pouco sobre o mecanismo de lesão da ferida, ao que me diz que foi mordida por um cão há já cinco dias e não ligou. Encaminho-a para a pequena cirurgia. Levanta-se da cadeira a abanar na mão a chave de um carro. 

Olho-a novamente. Mais atentamente. É bonita. Tem uns olhos bonitos mas está tão suja. E cheira a corpo sujo. Sinto pena de alguém tão novo que é totalmente incapaz de cuidar de si. De se olhar ao espelho e perceber o que lhe falta. Falta de higiene revela sempre falta de auto estima. E não me venham com histórias que é por se ser pobre. Ser pobre não é sinónimo de se ser sujo ou ter falta de brio em si mesmo. A minha avó que viveu todas as dificuldades de uma geração pós segunda guerra mundial, com falta de quase tudo, dizia do alto da sua sabedoria, "pobrezinho mas limpinho" com um orgulho imenso na sua pobreza asseada. 

Sou arrancada às minhas parvas considerações pelo meu colega Pedro:
O que é que queria essa badalhoca?

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Diferença entre acidente e catástrofe...



A minha colega Judy anda desde há vários dias a vomitar que nem uma posta de pescada. Come qualquer coisa, aquilo lá lhe cai mal e tungas, carga ao mar. Tem ido trabalhar assim, já tomou várias cenas a ver se lhe passa mas nadinha.

Hoje eu da forma mais pacifica possível virei-me para ela e disse-lhe: 
-Já pensaste em ir fazer um dig? Não estarás por acaso grávida?

... resposta dela, rápida que nem uma seta:

-Porra pá, de amigas como tu está o inferno cheio. Antes queria ter uma perna partida, ou vá lá as duas. Ao fim de 3 semanas de gesso estava curada e prontinha para continuar na minha vida. Já com uma gravidez aqui a vidinha emocionante da Judy nunca mais seria a mesma.

-Sei lá, podias ter um acidente! - acontece aos melhores.
-Isso não era um acidente era uma catástrofe!

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Coisas que me dizem na triagem...



Assim fico eu, de olhos esbugalhados.


Cuidado! Eu tenho um pecomeiiko. (pacemaker)

"A minha expectoração é limpa, assim branquinha, parece com sua licença, espermatozoides".

"Quando me assoo dou um traque pelo ouvido, e enquanto não puxar pelo corpo, suar, ou o caralho, o nariz não se destapa".

Tenho a língua cheia de Áfricas.

Tenho a pele do pirilau assada. Já viu um pirilau? Sabe aquela pele da cabeça? É essa...

Quem diz que a minha vida não é uma animação não sabe o que é fazer parte de uma divina comédia.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O meu lado de Padeira de Aljubarrota veio ao de cima...



Quem luta sabe à partida que lhe pode chegar a morte. 
Um dia. 
Quem não luta para mim já está morto.
Nesse mesmo dia.

Hoje a vidinha ofereceu-me muitos destes...




Já há tempo que ando a fazer limonadas. Limonada com tudo, tudo com limonada e pelo caminho mentalizo-me que tem que acompanhar bem. À falta de melhor. Esmero-me com cuidado na sua confecção, tento ser criativa, acrescento-lhe açúcar qb, mel, frutos vermelhos, hortelã. Mas a verdade aqui para nós é que já ando um bocadinho cansada. Enjoada de tanto limão. De estômago às voltas. Faz-me azia. Bebo aquilo de empreitada, junto-lhe o doce que consigo, aligeiro a coisa para ver se escorrega melhor e quando termino o "refresco" faço-o sempre a acreditar que amanhã é que vai ser. E amanhã vai haver um espumante gelado, eu que nem sou rapariga de manias nem gostos caros, ou um vinho frisante fresquinho ali à minha espera. Um dia vai ser. Um dia é que vai ser! Mas ainda não foi hoje.

Como a vida não me oferece mais nada a não ser limões, nem sequer um " toma lá morangos" ou " mais vale um pássaro na mão que muitos a voar" tenho que me contentar com o que a vida me dá. E hoje já farta de limonada fiz um arroz de limão bem bom. Há que inovar. Decoração com limões será a próxima opção, e depois de esgotadas todas as variantes da utilização do belo do limão, que tal como arma de arremesso na tola de quem tanto mos atira? Ou enfiado no cu de quem tanto se esforça por me ver engolir limonada de penalty enquanto tranquilamente faz a sua vidinha? É uma hipótese. Vou pensar nela.

domingo, 13 de setembro de 2015

Never ending story...Stop waiting for friday!




Há historias que não acabam. Até podemos tentar colocar-lhes um ponto final. Reclamar. Rebater pontos de vista. Trocar acusações. Dizer "adeus, até um dia". Fechar o livro e tentar passar à história seguinte.

Há historias que não se calam sozinhas. Que não sabem ficar sossegadas e teimam em rasgar a folha da palavra fim. Há historias em que se tenta fechar o livro. Devolvê-lo ou oferece-lo, mas que voltam sempre às nossas mãos. Que não saem da nossa mesa de cabeceira, como um eterno livro que não se acaba de ler.

Há historias que são únicas. Começam e não mais acabam. Vão-se reescrevendo, reinventando, reformulando. Mas duram. Sempre com uma nova perspectiva, com um novo capitulo ou sequela.

Há historias assim. De amor. A minha e a tua.


Rita Leston

Estou a viver uma história de amor. A minha história de amor. Só minha e à minha maneira. Envolve duas partes como todas as histórias de amor, mas esta é complexa e perfila-se fora dos moldes habituais e da normal zona de conforto. Aqui não há rotina e habituação porque eu assim quis. Não há promessas nem sequer certezas. Claro que pago um preço por isso porque afinal tudo na vida tem um preço, mas vivo confortavelmente com a minha contabilidade do deve e haver e aposto tudo o que tenho em ser feliz.

Já estive para pôr o livro de parte uma dúzia de vezes, já estive para abandonar esta leitura e dedicar-me a outra história outra meia dúzia de vezes. Não fecho o livro. Não encerro nenhum capitulo. Não acaba a história. Não quero. Vou escrevendo esta minha história de amor a duas mãos, em constante actualização de factos e momentos vividos. Intensos. Tão gigantes que não cabem nas folhas de um livro. 

Já foi muito menos a minha história de amor do que é hoje. Já foi mais distante, menos presente muito mais ausente. Já foi segredo eu amar. Já foi também mais leve de carregar. Já foi feita de muito menos palavras do que é agora. E de muito mais segredos também. Já teve menos dias e muito menos anos. E muito menos momentos a dois. Todos os dias é reescrita acrescentando-lhe um conto, ou só mesmo um ponto. Sem ponto final. Nem final previsto. Mas sempre com muitas reticências.

Inexplicavelmente é isto que me faz feliz. Ninguém diria.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Malandrice perfeita ou perfeita malandrice?




Homem perfeito é aquele que te acorda de manhã com beijos e de seguida tal e qual como veio ao mundo te leva o pequeno almoço à cama. Numa mão um café quente acabado de tirar, na outra mão um copo de sumo de laranjas naturais acabadas de espremer. E dois Donuts apetecíveis ali mesmo à tua disposição.

Mulher perfeita é a que bebe o sumo, de seguida o café, e guarda o melhor para o fim. Saboreia deliciada os Donuts sem precisar usar as mãos.

Algures por aí, a perfeição existe!

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Não são precisas asas para voar...


Asas servem para voar

Para sonhar ou para planar
Visitar, espreitar, espiar
Mil casas do ar

...

Não há leis para te prender
Aconteça o que acontecer

Asas - GNR








Não preciso de asas para voar. Nem me faz falta muito mais para encontrar o equilíbrio e o que preciso para ser feliz. Subo acima do nível das copas das árvores, pertinho do céu e fico por lá a ver o fim do dia em boa companhia. Regresso cansada da dura subida, mãos esfoladas, unhas estragadas, dorida no corpo mas tranquila e de corpo cheio. Cheio de ar puro e pulmões cheios, cheio de vida e gratidão pelo que a natureza gratuitamente (e generosamente) me oferece, cheio da tranquilidade e da paz que preciso para no inferno de um dia a dia cheio de rotinas e correrias chegar a porto seguro. Canso o corpo mas descanso a mente.

Coisas de amigas...




- Vai com calma. Tu tem calma rapariga. Tu gostas muito dele sabes disso.
- Sei sim... e sim é verdade que gosto muito dele, mas por acaso gosto muito mais de mim.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Hoje à noite vou estar aqui...



imperdoável é o que não vivi, 
imperdoável é o que esqueci,  
imperdoável é desistir de lutar, 
imperdoável é não perdoar,

tive dois reis na mão e não apostei,
vi catedrais no céu e não as visitei,
vi carroceis no mar mas não mergulhei,
  imperdoável é o que abandonei,
  
imperdoável é dispensar a razão,  
imperdoável é pisar quem está no chão,  
imperdoável é esquecer quem bem nos quer, 
imperdoável é não sobreviver.
                                                                             
                                                             - Jorge Palma -

imperdoável é deixar de acreditar que amanhã será um dia fantástico, um filha da puta de um dia. imperdoável será deixar de acreditar que as minhas lutas diárias vão ser bem sucedidas e que a vida vai surpreender-me com coisas boas. imperdoável é pensar por segundos sequer, que quem desejo muito vai desaparecer do meu lado e num sopro desistir de mim. imperdoável é não ouvir as palavras amigas que estão mesmo ali ao virar da esquina ou ignorar os abraços fortes que ficam sempre à distancia máxima de um pedido de socorro. imperdoável é desistir de quem é capaz de me fazer soltar uma enorme e feliz gargalhada, de quem me estende a mão quando mais preciso, de quem me ouve quando é hora de falar ou no silêncio diga tudo o que preciso ouvir. imperdoável é permitir-me deixar de acreditar nas pessoas, duvidar da sinceridade, ter raiva à distância, guardar zangas e maus momentos, perder a esperança no futuro, esquecer a magia que há no brilho da lua e ignorar o calor do sol. imperdoável é baixar os braços, perder as forças e desistir de acreditar.

Hoje vai ser uma noite memorável. Imperdoável mesmo era perdê-la!


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Porque este também é um blog de gaja, hoje é dia de mostrar o que é moda para a minha senhora...

Ontem foi dia de folga. E dia de ir às compras de inicio de estação também.

Comprei sobretudo roupa de caminhada já que o Verão está com vontade de nos largar mais cedo e adivinham-se muitos trekkings à chuva. Comprei umas calças com bolsos em tecido impermeável, e um impermeável super leve para vestir por cima dos polares, e mais meias com reforço plantar e no calcanhar com efeito compressivo ( são caras pah ) 

Comprei dois pares de sapatos. Uns na Zara, outros na Parfois. Uns são estes. Giraços nas horas. Para mim pois claro! Que gosto não se discute. 





Os outros são estes. Básicos. Sem salto. Bons para andar muito e rapidamente em dias de correrias, e que ficam lindamente com calças skinny.



Depois ainda passei pela "minha livraria" - minha porque é sempre lá que compro os meus livros e minha porque uma das funcionárias já me trata pelo meu primeiro nome. Trouxe de lá um dos meus livros há muito em wish list - A Rapariga do Comboio da autora Paula Hawkins, até porque não tenho muitas dúvidas que este best seller vai chegar um dia aos cinemas e eu gosto de ler primeiro o livro para só depois apreciar o filme... são coisas minhas... deixem.



Estilo é você saber quem é. 
Depois saber muito bem a mensagem que quer passar. 
E estar-se nas tintas para o resto.
Gore Vidal 

(ensaísta, romancista, dramaturgo e politico)

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Anda comigo ver os bombeiros (acrescentar música dos Azeitonas - Anda comigo ver os aviões)




Hoje uma colega para mim...

- Anda ali comigo fora ver um bombeiro.
- Para quê?
- Vá lá... anda lá comigo ali fora aos bombeiros. Sem perguntas.

....

O meu colega Duarte ouviu a conversa e de imediato pôs-se a cantar alto aquela música do "Anda comigo ver os aviões" mas com uma letra feita por ele...

Anda comigo ver os bombeiros, 
apagarem fogos,
a pegarem na mangueira,
e matarem a chama.

Anda comigo ali ao pátio, ver os bombeiros,
a suarem,
eu a arder, 
e eles a empurrarem a maca.
e eu a ver!

Tudo a rir claro está! E a minha colega Picolé vermelha que nem um tomate.